Dirigentes de partidos que podem perder deputados para a nova sigla que nascerá da fusão do PPS com o PMN começaram a se mobilizar para evitar defecções em suas bancadas. A união das duas legendas está prevista para ser formalizada quarta-feira.
O PSD do ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab e o DEM, presidido pelo senador Agripino Maia (RN), são os dois partidos mais ameaçados de perder deputados para a nova legenda.
O objetivo da nova sigla, que deverá se chamar Mobilização Democrática, é aumentar o tempo de televisão e os recursos financeiros que a oposição terá na campanha presidencial do ano que vem.
UM MINUTO
Segundo articuladores da fusão, Kassab agora quer acabar com a decisão que o beneficiou. Ele trabalha para aprovar amanhã na Câmara projeto de lei que proíbe a transferência de tempo de propaganda e recursos dos partidos nesses casos.
Juntos, PPS e PMN têm hoje 13 deputados. Os organizadores da fusão calculam que será possível chegar a 30, o suficiente para garantir cerca de um minuto extra na propaganda eleitoral na TV.
Os advogados do DEM dizem que, em caso de fusão, apenas os deputados filiados aos partidos que se uniram seriam beneficiados pela brecha na lei eleitoral. Para o PPS, o que valeu para Kassab também vale agora.
Deputados que quiserem migrar para o novo partido terão 30 dias para fazê-lo após a criação da sigla.
A movimentação preocupa Dilma e seus aliados, e é vista com simpatia no PSDB, maior partido da oposição.
QUEM JOGA A FAVOR E QUEM É CONTRA
Em busca de apoio para entrar na corrida presidencial, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), colaborou com o novo partido oferecendo assessoria jurídica.
O ex-governador paulista José Serra foi convidado a deixar o PSDB, que quer lançar o senador mineiro Aécio Neves à Presidência, e ingressar no novo partido.