São Paulo - Para Abilio Diniz,
"reclamar da crise não adianta nada", o que o empresariado brasileiro
precisa fazer é buscar maneiras de enfrentá-la.
"Em vez de
olhar pela janela e procurar o culpado, olhe para o espelho e procure ver onde
você errou. O que está de fora pode até ser muito importante, mas você não
consegue controlar", disse durante palestra na HSM Expomanagement 2015,
nesta segunda-feira (9), em São Paulo.
Abilio, que hoje é
presidente dos conselhos de administração da Península Participações e da BRF e
também membro do conselho do Carrefour, voltou a afirmar que a turbulência que
o país atravessa não tem causas econômicas, mas sim políticas – e que ela vai
passar.
"No momento em
que tivermos uma estabilidade política, a virada da situação econômica será
muito rápida, porque será reestabelecida a confiança", afirmou.
O empresário
emendou, porém, que governo e congresso precisam se entender o quanto antes, ou
o cenário se complicará.
"Não sei quando
isso vai acontecer, mas espero que seja rápido. Não é possível que os homens
que comandam esse país não percebam que ainda não temos uma crise econômica,
mas vamos ter em breve se a situação se mantiver assim".
Abilio também
reforçou que a instabilidade deve ser encarada como oportunidade e que gestores
precisam se antecipar para sobreviver a ela. "É preciso pensar: quando eu
sair da crise, o que vou fazer? Quais são meus planos?".
Segundo ele, a
primeira coisa que os empresários devem ter para conseguir superar o momento
ruim é o espírito de sobrevivência. A segunda é um bom controle de caixa. “Por
mais dificuldades que se tenha, dentre elas há um veneno que mata, que é o
caixa”, afirmou.
Ele lembrou,
entretanto, que nem todos os setores do país passam por problemas. "O
agronegócio brasileiro é uma fortaleza mundial. Esse Brasil continua
exportando, se supera e só pede para o governo não atrapalhar", disse.
Abilio ressaltou
ainda os bons resultados da BRF e do Carrefour Brasil no acumulado do ano e
cravou: "na crise tem aqueles que se abatem, sentam no chão e choram; e
tem aqueles que fabricam e vendem lenços. Nós somos fabricantes de
lenços".
Nenhum comentário:
Postar um comentário