terça-feira, 10 de novembro de 2015

"reclamar da crise não adianta nada"


São Paulo - Para Abilio Diniz, "reclamar da crise não adianta nada", o que o empresariado brasileiro precisa fazer é buscar maneiras de enfrentá-la.
"Em vez de olhar pela janela e procurar o culpado, olhe para o espelho e procure ver onde você errou. O que está de fora pode até ser muito importante, mas você não consegue controlar", disse durante palestra na HSM Expomanagement 2015, nesta segunda-feira (9), em São Paulo.
Abilio, que hoje é presidente dos conselhos de administração da Península Participações e da BRF e também membro do conselho do Carrefour, voltou a afirmar que a turbulência que o país atravessa não tem causas econômicas, mas sim políticas – e que ela vai passar.
"No momento em que tivermos uma estabilidade política, a virada da situação econômica será muito rápida, porque será reestabelecida a confiança", afirmou.
O empresário emendou, porém, que governo e congresso precisam se entender o quanto antes, ou o cenário se complicará.
"Não sei quando isso vai acontecer, mas espero que seja rápido. Não é possível que os homens que comandam esse país não percebam que ainda não temos uma crise econômica, mas vamos ter em breve se a situação se mantiver assim".
Abilio também reforçou que a instabilidade deve ser encarada como oportunidade e que gestores precisam se antecipar para sobreviver a ela. "É preciso pensar: quando eu sair da crise, o que vou fazer? Quais são meus planos?".
Segundo ele, a primeira coisa que os empresários devem ter para conseguir superar o momento ruim é o espírito de sobrevivência. A segunda é um bom controle de caixa. “Por mais dificuldades que se tenha, dentre elas há um veneno que mata, que é o caixa”, afirmou.
Ele lembrou, entretanto, que nem todos os setores do país passam por problemas. "O agronegócio brasileiro é uma fortaleza mundial. Esse Brasil continua exportando, se supera e só pede para o governo não atrapalhar", disse.
Abilio ressaltou ainda os bons resultados da BRF e do Carrefour Brasil no acumulado do ano e cravou: "na crise tem aqueles que se abatem, sentam no chão e choram; e tem aqueles que fabricam e vendem lenços. Nós somos fabricantes de lenços".


Nenhum comentário:

Postar um comentário